segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ode ao(s) melhor(es) amigo(s)



Eu acredito em anjos.

Não acredito em fadas, nem duendes, nem bruxas, nem mandingas, nem amarração para o amor, nem em macumba. Eu acredito em anjos.

Acredito pela felicidade que chega sorrateira junto com aquele telefonema convidando ao sol num sábado à tarde. Na música alta, na piscina, na grama verde se esfregando insistentemente sob os pés. Acredito muito nisso.

Acredito nas noites sem fim de choro, onde cada hora, na verdade, dura dez anos. Acredito nos momentos onde nada aplaca a dor e mesmo assim existe um abraço forte que me envolve, sem palavras, me aninhando num casaco já molhado com lágrimas teimosas.

Acredito nas noites sem fim de alegria, onde a risada alta reina sem nada páreo para uma competição justa. Noites onde a felicidade se instala, vestida de princesa adornada de lacinhos coloridos, se espalhando pelo ambiente, nos forçando sua presença.

Acredito nos dias de rotina, absolutamente normais, e naqueles seres que, de uma forma completamenta maluca, conseguem se encaixar com perfeição no cotidiano tacanho.

Acredito na falta que me faz quando a vida se impõe e qualquer tentativa de contato torna-se um trabalho hercúleo.  Mesmo assim, acredito no reencontro, onde as  mudanças terão sido nada e todas as coisas que acredito ainda estarão lá.

Acredito que, na verdade, na vida que habita em mim habitam muitos outros, completando essa mesma e me obrigando a desabrochar essa tal de felicidade que insiste em se enraizar no meu peito. A vida que corre em mim tem um colorido que eu aprendi por aí, aprendi convivendo com todas essas coisas nas quais acredito.

Por isso acredito que isso ao meu redor não podem ser pessoas. Cheguei a conclusão, através de raciocínio lógico e longa observação da raça humana, que aquilo que me cerca é algo além.

Certa feita, eu digo: acredito em anjos. E eles acreditam em mim também.

 

(para o bubs)


Clarissa Simas